Pages

6 de maio de 2010

"Quando se define os efeitos do poder pela repressão, tem−se uma concepção
puramente jurídica deste mesmo poder; identifica−se o poder a uma lei que diz não. O fundamental
seria a força da proibição. Ora, creio ser esta uma noção negativa, estreita e esquelética do poder
que curiosamente todo mundo aceitou. Se o poder fosse somente repressivo, se não fizesse outra
coisa a não ser dizer não você acredita que seria obedecido? O que faz com que o poder se
mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele não pesa só como uma força que diz não, mas
que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve−se
considerá−lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do que uma
instância negativa que tem por função reprimir. (...)"

[Michel Foucault em A Microfísica do Poder]



é ?

1 comentários:

Aerodrama disse...

Reprimir não é educar!
Acredito que hoje fazemos parte de um movimento que mescla duas vertentes, primeiro uma vontade ao retorno do natural, uma nova comunhão com o planeta e toda a rede de vida que pulsa sobre ele e o segundo é o combate a hipocrisia e também a repressão descabida. Frente a um sistema falho, que força o não, nos tornamos mais fortes e integros ao nos jogarmos nos emaranhados lisérgicos, nos meandros imaginários que hoje esperam que ignoremos mas que ao menos em mim pulsam tão forte que eu simplismente não tenho porque me esconder ou temer esse mundo/universo que nos foi tomado. Não preciso de ninguém dizendo a mim o que o certo ou errado, o que posso ou não posso, preciso sim de companheiros para esta caminhada que visa um amadurecimento de meu espirito e uma melhor estadia nos campos da matéria.